Ruptura do Bíceps distal
Postado em: 17-08-2021
Antes de mais nada, qualquer ruptura no corpo humano é motivo de preocupação. Partindo para os músculos do braço, as rupturas podem ocorrer nos tendões que fixam o músculo do bíceps aos ossos do ombro ou no tendão que prende o bíceps a um dos ossos do antebraço.
Em suma, o tendão do bíceps é formado por duas partes. Elas denominam-se cabeça longa e cabeça curta. Assim, sua principal função é a realização da supinação do antebraço e atua também flexor secundário do cotovelo.
A lesão é rara, e corresponde a cerca de 10% das lesões do bíceps.
Em síntese, esse tipo de lesão costuma acometer homens em torno dos 30/50 anos.
Mas afinal, quais fatores levam ao rompimento do bíceps distal?
Causas principais do rompimento do bíceps distal
Primordialmente, as rupturas do tendão do bíceps são causadas por um evento de força súbita (como levantamento de um objeto muito pesado), ou ao esticar ou torcer o cotovelo com muita força. Porém, essas lesões costumam acontecer quando o próprio tendão já está debilitado por algum excesso. Esse uso, muitas vezes, leva à inflamação do tendão (tendinite) e às vezes, ao seu desgaste.
Em pessoas idosas, o risco da lesão é ainda mais alto. Isso por conta da degeneração que ele sofre devido a idade. Além disso, ela influencia em outras estruturas do corpo, como os ombros.
Outro fato importante é que o rompimento pode ser total ou parcial. Dessa forma, se ele sofrer ruptura completa, há uma separação total dele como o osso. Isto afeta apenas alguns movimentos do braço, ou seja, o paciente ainda consegue movê-lo em certas direções. Se o rompimento for parcial, o movimento não é afetado. Contudo, com o tempo, ele pode vir a romper-se totalmente.
Quais são os sintomas de um rompimento?
Primordialmente, as rupturas de tendão do bíceps causam dor forte e súbita no ombro, ou próximo ao cotovelo. Assim, qualquer movimento brusco ou de levantamento de peso, piora as condições do local. Além disso, alguns outros sintomas que costumam aparecer incluem hematomas, inchaço e fraqueza. O músculo atingido, pode formar ainda uma protuberância no braço, chamada de deformidade de Popeye.
Diagnóstico da ruptura do bíceps distal
Antes de mais nada, deve ser feita a procura imediata de um médico. Para realizar o diagnóstico, os médicos geralmente fazem perguntas detalhadas sobre a lesão, além de exames físicos minuciosos. Dessa forma, podemos citar:
- Ultrassonografia;
- Ressonância Magnética;
- Raio x.
Como os sintomas são muito indicativos, e a aparência do braço muda bastante, qualquer pessoa saberá que é urgente a procura de um profissional. Dessa forma, a ultrassonografia pode ser feita também no ombro, com o objetivo de identificar se a ruptura atingiu totalmente os tendões. A ressonância serve apenas para confirmar o diagnóstico.
Por fim, o raio x serve é útil para excluir outras alterações que causam dor ao cotovelo.
Quais os tratamentos para a ruptura do bíceps distal?
Em suma, a cirurgia é o principal tratamento para rupturas do tendão do bíceps no cotovelo. Ela faz com que o braço retorne a força que tinha antes, para dobrar o cotovelo e girar o antebraço.
Mas como ela é realizada?
A mais comum, e preferida pela maioria dos médicos, é a de dois acessos de aproximadamente 3 cm ao redor do cotovelo. Dessa forma, o tendão é reinserido no seu local de origem, em um procedimento que dura aproximadamente uma hora.
Portanto, um aspecto a ser considerado é a não espera para fazer a cirurgia. Muitas pessoas não vão ao médico, e tomam medicamentos por conta própria. Isso dá a falsa sensação de que todo o problema está resolvido. Mas não é bem assim.
Na verdade, o que acontece de fato, é a piora no problema. Após duas semanas de ruptura, a musculatura encurta muito. Isso contribui para uma cirurgia mais trabalhosa posteriormente. Além disso, muitas vezes, é preciso de técnicas diferentes, enxertos, que muitas vezes não apresentam resultado efetivo.
Cuidados que devem ser tomados
Em síntese, o uso de imobilização por alguns dias é necessário. Após isso, inicia-se a reabilitação, com o paciente voltando a executar as tarefas do dia a dia. Quando a cicatrização vai evoluindo, começam a ser feitos reforços progressivos na musculatura, através de fisioterapia, e até retorno às atividades físicas, em um período de aproximadamente de 3 a 6 meses.
Lembrando, que tudo deve ser dito, e acompanhado por um profissional!
Existe a opção de tratamento sem cirurgia?
Atualmente, existe a opção de tratamento sem cirurgia. Contudo, ela é restrita a indivíduos que possuem contraindicação por problemas clínicos, pacientes com baixo nível de atividade e idosos, já que a redução da força membro não costuma ser um problema!
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Artigo escrito pelo Dr. César Luiz Betoni Guglielmetti
Médico Ortopedista especialista em Ombro e Cotovelo, pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.