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Luxação Acromioclavicular

Antes de mais nada, a luxação acromioclavicular caracteriza-se por uma lesão na articulação de mesmo nome, que localiza-se entre a parte superior do ombro e na parte lateral da clavícula.

Sabe-se que essa articulação é extremamente importante para a mobilidade, pois ela é a única ligação entre o ombro e o tronco. Além disso, é formada por dois conjuntos de ligamentos: o primeiro, entre a clavícula e o acrômio e o segundo entre a clavícula e uma estrutura óssea da escápula, chamada de processo coracóide.

Como surge essa lesão?

Em suma, a causa mais comum dessa lesão é a queda sobre o ombro, que ocorre, principalmente, durante alguma prática esportiva. Portanto, ocorre por trauma direto na parte de trás do ombro, relacionada por queda de altura. Os ligamentos entre a clavícula e o acrômio são atingidos primeiro. Assim, dependendo do trauma, a luxação pode dar origem a luxações muito mais graves.

Quais os principais sintomas relacionados?

Primordialmente, após o trauma, o indivíduo sente muitas dores e local incha bastante. Em casos mais graves, a lesão é visível a olho nu, já que uma protuberância aparece na clavícula, dando origem ao que se chama de sinal do cabide. Além disso, percebe-se uma dificuldade de movimentação, por exemplo, ao tentar levantar o ombro.

Quais os diferentes tipos de luxação acromioclavicular?

Em suma, existem 6 tipos diferentes de luxação.

As luxações mais simples são as do tipo 1 e do tipo 2, que têm como tratamento o modo conservador, ou seja, sem processo cirúrgico. Na maioria desses casos, há pouca deformidade estética. A luxação do tipo 3, o tratamento é controverso até pelos médicos. Nesse caso, há luxação da clavícula entre 25 a 100% em relação ao lado normal. Por último, as luxações do tipo 4,5,6 são bem mais graves e necessitam de tratamento cirúrgico.

Dessa forma, vamos entender melhor cada um deles:

  • 1 – Distensão dos ligamentos. Há um deslocamento mínimo entre a clavícula e o acrômio;
  • 2- Ruptura dos ligamentos acrômio-claviculares. Analogamente, há um deslocamento mínimo entre a clavícula e o acrômio.
  • 3 – Com a ruptura, há um deslocamento superior da clavícula em até 100% da distância entre ela e o processo coracóide;
  • 4- Ruptura dos ligamentos totais, com deslocamento posterior da clavícula;
  • 5- Analogamente ao 4, porém o deslocamento superior da clavícula é maior que 100% da distância entre ela e o processo coracóide;
  • 6 – Novamente análogo ao 4, contudo o deslocamento da clavícula é inferior.

Como é feito o diagnóstico da luxação acromioclavicular?

Em suma, após qualquer trauma, busque ajuda médica. O diagnóstico é feito por um ortopedista, através de exames. De início, realiza-se um exame de radiografia do ombro, com o objetivo de identificar e avaliar o tipo de luxação sofrida. Esse exame é feito em uma posição especial, chamada zanca, para uma melhor comparação dos dois ombros. Ajuda muito no diagnóstico mais preciso.

Contudo, apesar da radiografia ser extremamente eficaz para entender a lesão, há casos em que ela não é suficiente. Assim, surge a necessidade de uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada. Mas quais são esses casos? São aqueles em que a luxação é muito leve e não percebe-se diante de uma radiografia. Ou ainda, quando o médico suspeitar de uma lesão no ombro.

Qual o tratamento realizado?

Atualmente, existem muitas técnicas diferentes para esse tipo de lesão.

Portanto, os casos não cirúrgicos (1 e 2), são feitos por meio de uma imobilização do ombro, além de gelo para a diminuição da dor e edema. Alguns medicamentos podem também ser receitados.

Para o tipo 3, há controvérsias. Na maior parte do tempo, o tratamento não exige cirurgia. Contudo, ela pode ser indicada conforme ele avança.

Por fim, as do tipo 4,5,6 o tratamento é apenas cirúrgico, e usa-se todos os tipos de técnicas operatórias. Assim, tudo vai depender do tempo da lesão e da avaliação do médico especialista.

Assim, ela divide-se em casos, que incluem:

  • Lesões com menos de 3 semanas, trata-se com fixação entre a clavícula e a escápula.
  • Lesões que tem de 3 a 4 semanas, é necessário o uso do reforço biológico. Dessa forma, esse reforço pode ser de um ligamento do próprio ombro, de um tendão do joelho do paciente, ou até mesmo de um banco de tecidos.

Em suma, vale citar que para todos os tipos de tratamento, é de extrema importância a reabilitação da articulação para a recuperação da amplitude do movimento e fortalecimento dos músculos por meio da fisioterapia.

Assim, as seções iniciais visam a diminuição do processo inflamatório, associado ao ganho de amplitude de movimentos do ombro. A reabilitação poderá ser necessária durante aproximadamente 2 meses. Após esse período, o paciente deverá continuar o fortalecimento muscular, com um treinamento em academia ou domiciliar.

Existem complicações associadas à luxação acromioclavicular?

Em síntese, a luxação, inicialmente, pode gerar dor no local, o que dificulta muito as atividades rotineiras ou a prática de algum esporte. Além disso, gera uma diminuição da força total do ombro e de todos os músculos da escápula. Com o tempo, pode ainda gerar uma alteração nos movimentos da escápula, chamado de discinesia. Essa alteração costuma causar uma intensa dor nos músculos paraescapulares e cervicais.

Quer saber mais sobre cirurgias relacionadas? Técnicas? Como evitar esse tipo de lesão.

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Artigo escrito pelo Dr. César Luiz Betoni Guglielmetti

Médico Ortopedista especialista em Ombro e Cotovelo, pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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