Escoliose: tratamento cirúrgico
Postado em: 18-08-2021
A escoliose, como seu próprio nome de origem grega se define, refere-se a um problema na coluna em que a mesma sofre uma deformação de curvatura lateral que modifica as estruturas das vértebras e costelas, causando complicações em longo prazo, por isso que é muito discutido e em alguns casos mais severos, a sugestão médica para o tratamento cirúrgico para a escoliose.
A escoliose pode surgir na adolescência, fase especial do desenvolvimento ósseo e que se estabelece na vida adulta, em que é comum a escoliose idiopática em adolescente uma condição congênita que afeta principalmente o sexo feminino.
Outras causas e fatores também se incluem na lista que predispõem a escoliose que leva ao tratamento cirúrgico, quando gradativamente evolui essa curvatura, comprometendo o funcionamento dos órgãos, sendo elas:
- Condições neuromusculares que afeta a parte muscular e os tendões (nervos), como a poliomielite, distrofia muscular e paralisia cerebral;
- Escoliose congênita, ou seja, que o bebê já nasce com tal predisposição;
- Genes específicos, onde, segundo pesquisadores acreditam que há um gene responsável pela má formação da curvatura;
- O comprimento da perna também tem uma forte conexão com a escoliose e que pode ser necessário o tratamento cirúrgico, no caso de haver diferença de uma perna ser mais longa que a outra;
- Consequência da osteoporose, em que escoliose secundária ocorre decorrente da degeneração óssea;
- Fatores externos, como má postura, sobrecarga de peso na coluna (mochilas, sacolas, atividades profissionais e esportivas feitas de maneira inadequada);
- Distúrbios do tecido conjuntivo (DMTC) decorrentes de doenças autoimunes que podem causar lesões nas articulações, tendões, ligamentos e vasos sanguíneos.
Tratamento cirúrgico para escoliose
Contar com o tratamento cirúrgico para escoliose é algo a ser discutido, uma vez que se torna uma opção relevante, em casos que a curvatura da coluna for maior que 50 graus, o que indica progressão contínua desse problema, mesmo após a fase de crescimento.
O tratamento cirúrgico para escoliose é indicado para tratar as consequências da doença, indo além da questão estética, já que a capacidade pulmonar e cardíaca podem ficar comprometidas, o que pode elevar a gravidade, quando a pessoa possui um estilo de vida, pouco ou nada saudável.
Portanto, a cirurgia pode ser recomendada para crianças e adultos, após uma complexa avaliação de um especialista em coluna, onde os benefícios e os riscos serão discutidos para a decisão do procedimento.
A artrodese espinhal ou artrodese da coluna é o tratamento cirúrgico (sob anestesia geral) para correção da curvatura causada pela escoliose, e tem como objetivo evitar que haja mais progressão desse desvio.
A artrodese espinhal, consiste em “soldar” várias vértebras entre si, utilizando materiais metálicos que limitam a movimentação articular inadequada das vértebras.
A artrodese espinhal envolve fazer uma fusão entre duas vértebras. Pode ser realizado ao nível dos corpos vertebrais e das articulações posteriores.
Os resultados dos procedimentos feitos nos últimos anos, mostraram correções significativas, que inclusive, contribuem na proteção da medula óssea da qual possui grandes responsabilidades na produção de células sanguíneas.
A saber, a cirurgia de correção terá resultados ainda mais satisfatórios, quando a coluna apresenta maior flexibilidade, e que essa será avaliada por exames de imagem como radiografias e teste físico submetendo o paciente a inclinações laterais em posição prono (tronco curvado para frente).
O procedimento de artrodese espinhal, corrige até 25 graus, em que o ganho de qualidade de vida do paciente é um dos maiores benefícios.
Benefícios do tratamento cirúrgico para escoliose
A questão do procedimento cirúrgico sempre é algo discutível entre médico e paciente, uma vez que os benefícios devem se sobrepor aos riscos.
Em casos que o tratamento não cirúrgico não promove melhora satisfatória, a cirurgia é indicada para melhora da curvatura e dos desconfortos causados pela escoliose.
Além disso, é vista como método preventivo de problemas cardíacos e pulmonares decorrentes da deformidade da coluna.
A questão estética também é considerada, uma vez que pode afetar a auto estima do paciente e trazer problemas na vida pessoal.
Estudos de casos de pacientes que fizeram o tratamento cirúrgico para escoliose, demonstram melhores resultados na diminuição da dor e incapacidade, quando comparada ao tratamento conservador.
Quanto aos riscos da cirurgia, esse também teve redução, devido às técnicas serem aprimoradas por meio das cirurgias minimamente invasivas, que reduzem o quadro de dores e complicações comuns, na cirurgia aberta.
Contudo, uma vida melhor após a cirurgia é a expectativa atingida com o tratamento de correção da coluna.
Tempo de recuperação do tratamento cirúrgico de escoliose
A maioria dos procedimentos leva em torno de 4 a 8 horas, o que dependerá do tamanho da curva do paciente e de quantas vértebras precisam ser moldadas (fundidas) para a correção.
O pós cirúrgico é acompanhado primeiramente no hospital, em que o paciente fica sob observação de 4 a 10 dias, até alta médica, após esse período, mais 6 semanas de repouso e orientação do ortopedista quanto às atividades liberadas e restritas.
A recuperação total se dá por volta de 3 a 6 meses após o tratamento cirúrgico, onde, outros tratamentos podem ser indicados como fisioterapia e acompanhamento periódico.
Mudar o estilo de vida, para evitar que outros desconfortos na coluna apareçam é altamente indicado, logo, evitar o cigarro, o excesso de bebidas alcoólicas e a obesidade, sem dúvida, são um bom começo para o bem estar completo de um indivíduo.
Escoliose: tratamento cirúrgico vale a pena?
O tratamento cirúrgico é sugerido pelo médico, quando complicações maiores podem surgir ou já estarem afetando a vida do paciente.
Entretanto, há outros fatores que são considerados para a decisão, como condições de saúde, idade do paciente, principalmente se este for jovem.
Contudo, o tratamento cirúrgico para escoliose é uma alternativa que vale a pena, quando se considera as possibilidades de uma vida ativa e sem dor, em que a saúde é preservada, e que antes do procedimento, as atividades e autonomia eram limitadas.