O que é o dedo em gatilho e qual o tratamento?
Postado em: 18-08-2021
Primordialmente, existem três nomes para essa condição. É conhecida como dedo engatilhado, tenossinovite estenosante e dedo em gatilho, a última, mais utilizada. Em suma, o que se sabe sobre a inflamação é que ela é comum em pessoas com artrite reumatoide ou diabetes. Além disso, o uso repetitivo das mãos, com atividades frequentes do dia a dia, torna o desenvolvimento da inflamação mais fácil de acontecer.
Mas afinal, você conhece o dedo no gatilho? Sabe identificar os sintomas dessa inflamação?
Dedo em gatilho
Em suma, o dedo em gatilho caracteriza-se por uma inflamação no tendão responsável pela movimentação do dedo. Dessa forma, a condição faz com que o dedo fique sempre dobrado, mesmo quando tenta-se abri-lo. E isto causa dor intensa no indivíduo.
Além das condições citadas, a inflamação formada pode ainda provocar a formação de um nódulo na base do dedo. Esse nódulo, fica parecido com um gatilho. Quando o indivíduo tenta mexer, acontece um estalido. Foi esse processo que deu nome a condição.
Em síntese, o dedo em gatilho é uma condição que tem cura; muitas vezes alcançada com simples exercícios de fisioterapia. Contudo, existem também os casos mais graves, onde é preciso realizar cirurgia.
Ele pode ainda ser classificado em quatro graus:
- Grau I – Conhecido como pré gatilho, não existe bloqueio.
- Grau II – Bloqueio presente; paciente consegue estender o dedo ativamente;
- Grau III – Bloqueio total; paciente precisa da ajuda da outra mão;
- Grau IV – Contratura fixa do dedo.
Dessa forma, o que causa essa condição? Quais fatores levam à inflamação?
Causas do dedo em gatilho
A princípio, o dedo em gatilho é bastante comum de acontecer em pessoas que fazem atividades repetitivas com a mão, como digitar e tocar instrumentos musicais. Dessa forma, estão também relacionadas a profissão que o indivíduo exerce.
Além disso, ele acontece com bem mais frequência em pessoas que possuem problemas reumáticos, como a artrite, e aqueles que podem afetar a circulação, como no caso da diabetes descompensada. Analogamente, algumas doenças infecciosas, se não tratadas corretamente, podem favorecer o aparecimento da inflamação.
Por fim, apesar de todas as causas acima citadas, na maioria dos casos, desconhece-se suas reais causas , sendo o diagnóstico realizado pelo ortopedista. Assim, ele observará os sinais e sintomas apresentados pela pessoa. Pedirá ainda exames complementares de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética.
Quais são os sintomas relacionados ao dedo em gatilho?
Primordialmente, os sintomas mais comuns acontecem nos dedos polegar, médio e anelar. Contudo, a inflamação pode acontecer em qualquer dedo. Os principais sintomas do dedo em gatilho, incluem:
- Inchaço no dedo;
- Limitação da movimentação do dedo;
- Endurecimento do dedo;
- Dor na base dos dedos ou na palma da mão;
- Estalido ao dobrar o dedo, parecido com um gatilho, seguido de dor,
Dessa forma, como a maioria das atividades relacionadas com o local acontecem durante o dia, os sintomas costumam aparecer neste tempo. Porém, o aumento do inchaço acontece durante a noite. Se não for devidamente tratado, pode acontecer o “travamento” do dedo na posição, o que limita os movimentos da mão!
Dedo em gatilho congênito
Existe uma forma particular do dedo em gatilho, chamada de dedo em gatilho congênito. Em suma, é uma alteração que identifica-se após o nascimento, apesar de ser chamado de congênito. Ela está principalmente relacionada com alterações no desenvolvimento ósseo da criança, de forma que há maior chance de haver deformidade na articulação do dedo e a presença de um nódulo na região.
Assim, o tratamento para esses casos, pode ser feito com fisioterapia,massagem e cirurgia, após a criança completar 1 ano. Alguns médicos preferem realizar a cirurgia de imediato, enquanto outros tentam primeiramente outras formas, para depois a cirurgia. Contudo, quando os movimentos começam a ficar bloqueados devido a inflamação, a cirurgia é obrigatória.
Tratamento do dedo em gatilho
Assim como muitas condições, o tratamento do dedo em gatilho deve ser recomendado por um ortopedista, de acordo com a gravidade dos sintomas. Portanto, em casos leves, é indicado a fisioterapia, em que realizam-se exercícios e massagens com o objetivo de fortalecer os músculos, manter a mobilidade e aliviar o inchaço e a dor.
Dessa forma, além da fisioterapia existem ainda outras dicas que incluem uso de gelo por 5 a 8 minutos durante o dia, pomadas anti-inflamatórias, aplicação de compressas quentes, e repouso de 7 a 10 dias.
Nesse sentido, existem os casos graves. Nestes casos, a dor é muito intensa e dificulta a realização de fisioterapia. Assim, o ortopedista pode aplicar uma injeção de cortisona diretamente sobre o nódulo. É um procedimento rápido para alívio dos sintomas, principalmente da dor. Porém, esse é apenas um processo de aliviar a dor. Ele não pode ser usado muitas vezes, pois há risco de um enfraquecimento do tendão, além do risco de ruptura e infecção.
Por fim, chegamos aos casos que é necessário cirurgia.
Casos cirúrgicos do dedo em gatilho
Em síntese, quando nenhuma das outras formas de tratamento trouxe resultado, recomenda-se a cirurgia. Dessa forma, o procedimento abre um pequeno corte na palma da mão, permitindo que o médico alargue ou libere a porção inicial da bainha do tendão.
A primeira vista, este tipo de cirurgia é feita com anestesia geral no hospital, e embora seja uma cirurgia de baixo risco e com poucas complicações, pode ser necessário a internação, para que o efeito da anestesia passe completamente. Contudo, a recuperação é rápida. O paciente pode voltar a realizar as atividades rotineiras com a mão em 1 a 2 semanas, seguindo sempre a orientação de um ortopedista.
Agora você conseguiu entender o que é, como diagnosticar e qual o melhor tratamento para o dedo em gatilho!Caso tenha alguma dúvida ou necessite de auxílio de um especialista para diagnosticar algum problema, entre em contato conosco!
Formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, onde também realizou seu mestrado e doutorado.
Completou sua residência em Ortopedia e Traumatologia na Santa Casa de São Paulo, onde realizou sua especialização. É pós-graduado pela Harvard Medical School. Pós-doutorado finalizado em 2022, com o tema Ligamento Cruzado Anterior, pela Santa Casa de São Paulo.
Registro
CRM SP 117180