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Displasia do quadril: o que é e qual o melhor tratamento

Postado em: 17-08-2021

A displasia do quadril é um problema identificado em recém nascidos, e que as causas apontam para ocorrências desde o período de gestação até o nascimento, e que pedem atenção da mãe ou futura mamãe em buscar as medidas necessárias para que não comprometa seu desenvolvimento.

Entretanto, a displasia de quadril também pode acometer adolescente em fase de crescimento, onde ocorre uma falha na cavidade do acetábulo, prejudicando a mobilidade devido a cabeça femoral ficar “sem apoio adequado”.

Portanto, é essencial ao indivíduo conhecer as causas e sintomas da displasia a fim de buscar um ortopedista especialista em quadril, que o ajude na indicação de um tratamento mais efetivo ao seu caso.

O que é displasia do quadril

Conhecido pelos médicos como displasia de desenvolvimento de quadril (DDQ), é uma alteração na forma do encaixe entre a cabeça do fêmur e o osso do quadril, que como consequência, diminui a mobilidade, além de alterar o comprimento das pernas.

A displasia do quadril é uma condição, ou seja, quando há tratamento precoce e bem sucedido nos primeiros anos de vida, o bebê pode obter a cura completa, levando uma vida adulta normal.

A saber, uma pesquisa feita nos Estados Unidos apontou que a cada 1000 bebês nascidos havia 10 que nasciam com os “quadris soltos” (displásico), enquanto que, desse mesmo número de amostragem, possivelmente 1 recém nascido levaria essa condição para sua vida adulta.

Então, indivíduos já com maior idade, em especial, as mulheres, são as mais sujeitas a serem diagnosticadas com a condição, e que em alguns casos, uma prótese de quadril se torna indispensável para a melhora do quadro. 

Sintomas da displasia do quadril

A princípio, dor não é um sintoma comum da displasia do quadril quando evidenciada em bebês, porém, adultos podem senti-la com intensidade na região da virilha, se estendendo para as áreas externas do quadril.

Em recém nascidos, um pediatra neonatologista pode identificar logo após o nascimento do bebê. Em seguida, com o acompanhamento do médico pediatra também se pode avaliar a necessidade de um diagnóstico feito por um ortopedista especialista em quadril, uma vez que, quanto mais cedo a descoberta, menores são as chances do bebê sentir dor com o avançar da idade.

Entre outros sintomas, os bebês com displasia do quadril, também conhecida como luxação congênita de quadril (LCQ), apresentam sinais visíveis como:

  • Comprimentos diferentes das pernas;
  • Pernas viradas para fora;
  • Pouca mobilidade e flexibilidade em uma das pernas;
  • Discrepância das dobras de pele entre uma coxa e outra, nas nádegas também;
  • Problemas na mobilidade para engatinhar, sentar ou andar.

Em adultos, os sintomas a seguir são os mais comuns e pedem urgência médica:

  • Dificuldade em apoiar o peso do corpo na perna (fêmur) afetada;
  • Necessidade de esforço para movimentar o quadril normalmente; 
  • A perna do lado da displasia aparenta ser mais curta e voltada para dentro, ou para fora;
  • Casos mais raros apresentam dormência e fraqueza no lado da luxação congênita de quadril.
  • Dor causada pelo encurtamento do membro, juntamente com osteoartrose precoce.

Causas da displasia do quadril

Apesar de sua origem ainda ser desconhecida, estudos apontam algumas causas da displasia do quadril:

  • Na gravidez, a falta de líquido amniótico impacta no crescimento gestacional dos membros do corpo, podendo ocasionar deformações como a displasia;
  • Histórico familiar onde pais ou irmãos também apresentam a condição;
  • Recém nascidos cuja posição do parto foi a apresentação das nádegas primeiro;
  • Bebês “vestidos em forma de charuto” também podem desenvolver DDQ.

Em adultos com menos de 50 anos, a principal preocupação quanto à displasia do quadril é que ela é apontada como a maior responsável pelos casos de cirurgia de prótese total do quadril, devido ao desgaste prematuro da articulação.

Como identificar a displasia de quadril no bebê

Por ser tão comum entre os pacientes recém nascidos, testes do quadril foram desenvolvidos para melhor diagnosticar os casos de DDQ:

Teste de Ortolani

Avalia-se por meio de flexões, as pernas da criança, a estabilidade do quadril, a fim de identificar a luxação.

Sinal de Galeazzi

Com o bebê deitado com as pernas dobradas e pés apoiados, o médico ortopedista avalia possíveis diferenças entre a altura dos joelhos, o que indica o deslocamento posterior no quadril displásico.

Manobra de Barlow

O teste de Barlow, é feito para avaliar se há ruídos entre a cabeça femoral e o acetábulo, que aponta uma alteração no deslocamento do quadril (projetando-se para fora) quando realizados movimentos de abdução.

Qual o melhor tratamento para displasia no quadril

Concluindo, o tratamento precoce para DDQ é importante para evitar complicações e a própria necessidade de cirurgia (Artroplastia De Quadril), que com ela outros tratamentos como fisioterapia e reabilitação serão parte da vida do paciente após o procedimento.

Dessa forma, normalmente é indicado o uso do suspensório de Pavlik, em bebês até o sexto mês de vida, cuja função é manter os joelhos voltados para frente e para cima em direção ao tórax.

Entretanto, nesse primeiro momento a melhora do paciente e que caso não ocorra, outras medidas poderão ser tomadas para a correção dos movimentos da articulação.

Caso não seja feito o tratamento até os primeiros seis meses de vida, é possível que haja complicações no momento em que a criança começar a dar seus primeiros passos e desenvolver-se durante a adolescência, com dificuldades de andar corretamente, além de ser acometida por problemas como artrose e escoliose, sendo preciso usar sapatos com medida específica para alinhar o corpo na posição ereta e tratamentos de fisioterapia.

Tratamento de displasia do quadril em adultos

As alternativas de tratamento de DDQ na fase adulta ficam mais limitadas e o que se considera na melhor escolha vai depender de fatores como idade e grau da deformação do acetábulo e se há presença de lesões, por exemplo.

Para casos mais leves e com sintomas iniciais, o tratamento indicado visa conter os sintomas, além da recomendação médica para mudanças de atividades e estilo de vida para os pacientes sedentários e com sobrepeso.

O uso de medicações e fisioterapia também são comuns no tratamento conservador e que caso não tragam melhora, o procedimento cirúrgico há de ser a melhor alternativa, que contribui com a restauração da anatomia afetada, diminuindo a dor e melhorando os movimentos do paciente.

Dentre elas, a osteotomia é uma escolha inicial, em pacientes com idade menos avançada, que preserva a boa cartilagem existente fazendo alterações (cortes) em torno do acetábulo a fim de corrigir seu posicionamento.

Já em casos onde toda a região foi comprometida, a cirurgia de prótese total de quadril é realizada e apresenta resultados excelentes quanto ao alívio da dor e do retorno de movimentos para as atividades diárias. Entretanto, é necessário a troca de prótese de quadril (artroplastia de revisão) a cada 10 ou 20 anos para manter sua funcionalidade.

Portanto o melhor tratamento para a displasia do quadril começa quando o paciente recorre à uma especialista o mais cedo possível, pois só assim, ele terá mais alternativas, bem como, mais chances de melhora com métodos menos invasivos.

Para saber mais a respeito da displasia do quadril, marque uma consulta no Instituto Salute.

Artigo escrito pelo Dr. Rodrigo Pereira Guimarães

Médico Ortopedista especialista em Quadril pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

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